(Relato ditado, através da audição, pelo espírito de José Grosso ao médium Ênio Wendling.)
"Viemos de longe, de passadas eras e vamos falar sobre nosso irmão, chamado carinhosamente de Palminha*, simplesmente Palminha. Hoje, nessa altura de sua caminhada espiritual, deseja firmemente desempenhar, como vem fazendo, a tarefa da fraternidade, sob a égide de Jesus. Busquemos reportar marcantes épocas da vida desse querido amigo. Reafirmamos que viemos de longe.
Vislumbramos os tempos dos Vedas. Os grandes templos de Amon. As colunas formidáveis da cidade de Soma (subúrbio de Memphis), sob a areia do deserto no antigo Egito.
Identificamos, ainda, o nosso irmão Palminha em Tebas e Memphis. Consta que após algumas encarnações de mandos e desmandos, reencarnou-se como escravo núbio, vivendo por pouco tempo nessa condição, pois devido a circunstâncias que desconhecemos tornou-se senhor. Podemos percebê-lo descansando nos alpendres dos jardins de grande palácio, nas tardes solarengas e cálidas de verão, às margens do Nilo. Como senhor, mercadejou escravos e não demonstrou nenhum sentimento fraterno para com eles, esquecendo-se de que já fora um deles.
Habitou, também, os templos de Carnac.
Viveu em áreas longínquas na China. Conviveu com os Persas.
Nosso Palminha viveu na época do cristianismo em Roma. Suas idas ao circo romano o empolgaram bastante. Segundo Charles Baudelaire, que se encontra citado acima nesse relato: "a multidão sanguinolenta reunia-se no vasto circo de Roma. O coliseu regurgitava ao murmúrio sinistro de patrícios e plebeus que buscavam, na dor dos desgraçados, o prazer e o tumulto".
Vivendo em Roma, Palminha conheceu e se identificou com muitos cristãos. Ouviu-os falarem de Jesus.
Muitos deles estão reencarnados e vivendo no Brasil de hoje.
Naquela época, alguns fizeram parte dos quinhentos da Galiléia.
Viveu e ajudou a destruir os templos de Heliópolis, incendiando-os.
Conviveu no palácio do Califa de Samira, sendo um de seus familiares.
Renasceu na Pérsia, reviu a Índia, mas desejava, nesse tempo, algo mais da vida.
Seus sentimentos começaram a mudar. Conviveu com amigos e com a turba dos que gostavam de anarquia e destruição, pois seu passado falava muito forte, ainda, em seu espírito.
Viveu numa aldeia em Simiansqui, ao norte do império Chinês. Participou das ordens de Gengis Khan.
Estreitou laços com os afins.
Teve reencarnações na Tartaria, após essa existência viveu nos Balcãs e reencontrou um espírito muito querido na Germânia: o nosso José Grosso.
Pertenceu, também, ao grupo dos seguidores de Alarico VIII.
Após esse período, Palminha desejou ardentemente modificações mais profundas em seu espírito.
Vieram, então, reencarnações mais suaves, tranqüilas e religiosas na França, Espanha e Brasil.
Nos dias de hoje, sua identificação espiritual com os companheiros encarnados é grande.
Quer ser lembrado somente como Palminha.
Seus objetivos se encontram no apostolado do bem, na simplicidade consciente e responsável do espírito que deseja valorizar o atual momento em que estamos vivendo, pois são marcos decisórios para a sua evolução e a de todos nós.
Em sucessivas reencarnações, nosso Irmão Palminha experimentou derrotas, conquistas e sofrimentos atrozes. Mas, hoje, considera o momento um oásis de bênçãos na tarefa junto aos companheiros espíritas do Brasil e da Fraternidade.
Não podemos deixar de citar a encarnação de Palminha no Brasil como Antônio da Silva, um dos nove filhos do casal Gerônimo e Francisca, e irmão de José da Silva - José Grosso. Pertenceu, também, a um dos bandos da época, na década de trinta, no nordeste.
Desencarnou com ferimentos, quando do cerco policial nas imediações da cidade de Floriano, no Piauí.
Consta que tentava fugir quando foi alvejado.
Correu sem perceber que seu corpo ficara para trás. Voltou e constatou que "havia desencarnado"."
* Palminha: nome dado ao espírito que, quando se manifestava em reuniões de efeitos físicos, batia palmas feliz.
Não é sabido quanto tempo levou até ser amparado pelos espíritos de Joseph, Scheilla e José Grosso.
Com o passar do tempo, foi convocado a cooperar nas reuniões do grupo Scheilla, em Belo Horizonte.
Também junto ao médium Peixotinho, na década de 1940, no G.E.André Luiz do Rio de Janeiro.